Ela sai do banho e evita o espelho. A relação entre eles nunca foi das melhores porque ela não gosta do que ele lhe mostra. Minto. Ela não gosta do que enxergava através dele. Tudo isso sem entender muito bem o porquê. Ou entende, mas talvez só entender não seja o suficiente.
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Clara está chegando aos 30. Sempre foi uma mulher muito inteligente, divertida e independente. É também muito bonita – dizem. Mas, aos olhos dela, nada disso importa – para ninguém! – por conta do seu peso. Ser gorda, para ela (e para muita gente que reproduz preconceitos, infelizmente) tira todo o brilho de suas virtudes. E como isso a faz infeliz…
A história de Clara não lhe é familiar? Não parece que você já ouviu isso antes?
Pois é. Essa coisa de padrão de beleza é mesmo de doer porque quase sempre, é inatingível para a maioria das pessoas. Justamente por ser um padrão, ele não permite diversidade. Ele diz que se você não tiver um cabelo “tipo x” ou uma bunda “tipo y”, você não será bem vista. Isso existe também para o homem? Certamente. Mas para a mulher, equivale a uma obrigação: ser bonita e jovem. Uma “beleza” que se encaixe no que a maioria acha que é belo.
É Clara a culpada pela sua não-aceitação? Ou o conjunto mídia + sociedade + moda + certos tipos de médicos desumanos + nós mesmos não contribuímos para isso?
Não é fácil mostrar para essa maioria o quanto a diversidade de corpos, de cabelos e de peles é linda. É algo que talvez leve muito tempo para que compreendam. Enquanto isso, torço para que Clara e tantas outras se sintam bem com elas mesmas, do jeitinho que são.
Afinal, como é o corpo de uma biscate? As respostas são muitas. Mas com certeza, não são e nem nunca serão iguais.